6.4.11

Acordar um Dia XLIV

Acordar um dia entregue a um futuro incómodo. Os que hão-de vir, o mal escondido que aqui anda, a podridão de sermos estes aqui agora.
Andam a foder-me os sonhos, os lindos sonhos que eu insisto em praticar. Flores, sol, mulheres, palavras, dedos, mar, dinheiro e fome. Coisas lindas e coisas estragadas, os sonhos fodidos. Porra para eles, porra para nós, porra para isto.
Acordar um dia sem mais, comigo, connosco, com o pouco de bom que ainda guardo. Os senhores dão-me licença que sonhe sem vós? Os senhores dão licença que vos mande à merda? Muito agradecido. Eu sei que é pouco e triste e não contenta, mas é a minha vida, queria-a simples e asseada, descalcem-se antes de entrar, calem-se antes de entrar, matem-se antes de entrar. Muito agradecido. 

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