11.1.09

Eu e Ela e Ele

E nós que nos dávamos tão bem?. E dávamo-nos tanto e com tanta vontade que eu tinha ganas de não ser eu para nos poder ver e admirar do quanto nos éramos dados.
E ela tão sensível e tão delicada, que me sorria com o corpo todo e me fazia festas como se eu fosse um animal. Como aliás fazia ao Galileu, o seu gato de estimação.
E eu que sou tão alérgico aos felinos, que espirro e comicho como poucos possam espirrar e comichar face a tão macios animais?
E os anti-histamínicos que davam cabo de mim e me davam dores de cabeça, tonturas, diarreias, perda de libido e impotência?
E os gatos que caem de pé e sem mágoa se atirados do segundo andar? E os mesmos animais que ficam mancos e desorientados se impulsionados do quinto esquerdo?
E os sacanas dos bicharocos que dão em morrer e rasgar as entranhas se lhes falta o sustento num sétimo andar direito? Onde calhava viver a minha Aninhas.
(Publicado na Revista Minguante)

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